O ponto de equilíbrio de uma transportadora é um indicador que determina se a sua empresa está saudável ou não financeiramente. Ele aponta, por exemplo, se o faturamento é suficiente para cobrir todos os custos envolvidos no transporte de carga. Além disso, ele apresenta o número de fretes necessários no mês para atingir o faturamento mínimo necessário para pagar os custos fixos e despesas variáveis.
Apesar de ser um cálculo simples, muitas empresas não dão a devida atenção para o ponto de equilíbrio. Isso é muito perigoso, já que pode significar prejuízo para a transportadora.
Se você ainda não utiliza, ou não sabe o que é o ponto de equilíbrio de uma transportadora, não se preocupe. Neste artigo vamos explicar o que é, os tipos e como calcular o ponto de equilíbrio de uma empresa.
O que é o ponto de equilíbrio de uma transportadora?
Antes de mais nada, precisamos entender o conceito do ponto de equilíbrio no transporte. Ele aponta a quantidade mínima de fretes necessários para cobrir todos os custos fixos e variáveis envolvidos no mês.
Ou seja, o ponto de equilíbrio é o famoso “empate”, que acontece quando a empresa não possui nem lucro, nem prejuízo. Um valor abaixo do seu ponto de equilíbrio é sinônimo de prejuízo, enquanto que qualquer centavo acima significa lucro para o seu negócio.
Com o ponto de equilíbrio é possível entender, por exemplo, a quantidade de fretes necessários para cobrir as despesas. E ainda entender quanto cobrar por cada frete realizado.
Dessa forma, o ponto de equilíbrio contábil é uma ferramenta muito importante para identificar se sua transportadora está gerando lucro ou prejuízos.
Como calcular o Ponto de equilíbrio de uma transportadora
Para calcular o ponto de equilíbrio de uma transportadora precisamos conhecer as despesas variáveis e os custos fixos.
Não conhece o que significa cada um destes termos, ou não sabe como calculá-los? Vamos entender cada um deles:
Custos Fixos
Os Custos Fixos de uma transportadora são todos aqueles necessários para que o negócio continue funcionando. Eles são aqueles que devem ser pagos mesmo que o caminhão esteja parado na garagem.
Alguns exemplos de custos fixos são: conta de luz e água, aluguel do escritório, telefone, salário, sistema de emissão do CT-e, financiamentos, seguro, licenciamento dos veículos, entre outros.
Despesas variáveis
As despesas variáveis são aquelas envolvidas para a realização de um frete e crescem na mesma proporção que o caminhão roda. Aqui entram, por exemplo, gastos com combustível, pedágios, alimentação, manutenção, entre outros.
É importante ter todos os custos fixos e variáveis anotados para conseguir ter um controle maior sobre os gastos da empresa. Além disso, só possuindo um controle rígido é possível realizar alguns cálculos, como o ponto de equilíbrio da transportadora.
Margem de Contribuição
A Margem de Contribuição Unitária é o quanto “sobra” de cada viagem para o pagamento dos custos fixos da empresa. Ele é um indicador financeiro utilizado para o cálculo do ponto de equilíbrio da empresa.
Ele é calculado subtraindo a Receita pelas despesas variáveis envolvidos com cada viagem, aplicando a seguinte fórmula:
Margem de contribuição = Receita – Despesas Variáveis
Cálculo de ponto de equilíbrio
Para calcular o Ponto de Equilíbrio basta dividir o Custo Fixo pela margem de contribuição. A fórmula é simples:
Ponto de equilíbrio = Custos Fixos ÷ Margem de Contribuição
Ao aplicar a fórmula de ponto de equilíbrio é possível entender a receita mínima necessária no mês para que a empresa não tenha prejuízo. Vamos a um exemplo prático de ponto de equilíbrio para transportadora:
Exemplo de ponto de equilíbrio em uma transportadora
Vamos supor, por exemplo, que uma pequena transportadora queira saber o ponto de equilíbrio do ano passado. Vamos utilizar em nosso exemplo, custos fixos mensais de R$ 5 mil. Estes custos podem envolver o pró-labore, financiamento, seguro, sistema de emissão do conhecimento do transporte, licenciamento do veículo e contas de telefone, água e luz.
Já o total de despesas variáveis envolvidas com os fretes realizados são, em média, de R$ 6 mil no mês. Isso incluindo combustível, alimentação do motorista, pedágios e manutenção do veículo.
Caso o número total de viagens mensais seja de 10 e a média mensal de faturamento da empresa seja de R$ 10 mil. Neste caso, podemos aplicar a fórmula da margem de contribuição utilizando as seguintes variáveis.
Viagens mensais: 10
Custos Fixos: R$ 5.000
Despesas Variáveis: R$ 6.000
Receita Mensal: R$ 10.000
Vamos ao cálculo? Primeiramente precisamos descobrir a Margem de Contribuição das viagens. Para isso, vamos primeiro dividir o total receita mensal pelo número de viagens e subtrair os custos variáveis dividido pelas viagens mensais:
Margem de contribuição= (Receita ÷ Viagens Mensais) – (Despesas Variáveis ÷ Viagens Mensais)
Margem de contribuição = (R$ 10.000 ÷ 10) – (R$ 6.000 ÷ 10)
Margem de contribuição = R$ 1.000 – R$ 600
Margem de contribuição = R$ 400
Assim, neste caso a sobra para empresa pagar os custos fixos é de R$ 400,00 após cada viagem realizada. A seguir, vamos ver como calcular o ponto de equilíbrio:
Ponto de Equilíbrio = Custos Fixos ÷ Margem de Contribuição
Ponto de Equilíbrio = R$ 5.000 ÷ 400
Ponto de Equilíbrio = 12,5
Ou seja, no nosso exemplo, seriam necessárias 12,5 viagens para alcançar o ponto de equilíbrio. Ou seja, como a transportadora realiza, atualmente 10 viagens por mês, ela está no prejuízo.
Como aumentar o lucro da empresa a partir do ponto de equilíbrio?
Logo após realizar o cálculo do ponto de equilíbrio, podemos pensar em algumas estratégias para melhorar a lucratividade da empresa. Assim, caso do nosso exemplo hipotético, a empresa poderia pensar em algumas estratégias.
Primeiramente é possível procurar por novos clientes e aumentar a quantidade de fretes realizados durante o mês. Assim, chegando aos 12,4 fretes necessários para atingir o Ponto de Equilíbrio.
Em segundo lugar, devemos tentar aumentar o valor do frete cobrado. Dessa forma, para chegar ao ponto de equilíbrio, a empresa precisaria aumentar o valor do frete cobrado em R$ 100. Ou seja, os custos e despesas envolvidas se igualariam à receita. Porém, esta estratégia é arriscada, já que os clientes poderiam não concordar com o aumento do valor e procurar a sua concorrência.
Além disso, devemos buscar a redução dos custos e despesas envolvidas. Importante frisar que esta estratégia depende de um controle financeiro rígido, que permita identificar custos e despesas desnecessárias. Assim, esta é uma das melhores formas de chegar ao ponto de equilíbrio da sua transportadora, já que depende exclusivamente dos controles internos da empresa.
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